sábado, 24 de julho de 2010

Liturgia Psicodélica

O nosso momento litúrgico é delicado e desinstalado de verdade querigmática, pois o que temos contemplado é subversão da adoração profética por uma adoração alucinógena e drogativa. A adoração sacral clássica tem sido solapada pela adrenalina psicopatológica do frenesi contemporâneo e, neste fervor anti-Crístico, os doidões da viagem gospel curtem o seu momento.

A adoração Bíblica dá lugar a chamada contextualização sem conteúdo ou, na verdade, aos gritos histéricos e os transes psicomotóticos da chamada loucura pneumática evangélica. A expressão "adoração" significa, em sua origem, prostrar-se diante de Deus, ou seja, genuflexar com reverência e respeito.

Alguns movimentos dopam seus seguidores com a fé narcótica que leva muitos a uma overdose pirante e sufocante e, no final, ainda profetizam com blasfemia: "O nosso deus é muito doido e você está muito doido também". Paulo aconselhou alguns místicos da igreja a ter uma fé racional e sem o ilusionismo patético dos letárgicos delirantes fogocostais.

Nos dias de Saul existia uma prática mística que se chamava Hebbin, isto é, extáticos delirantes que profetizavam em transe enlouquecido e anestesiado por espíritos dopantes. O grande lance desta liturgia é pirar e depois colocar a culpa em Deus, ou seja, colocar Deus numa grande furada. Alguns cultos parecem-se mais com uma sessão de yoga onde tem uma meditação de auto ajuda interior com direito ao pranaiama, asana, cundalina e um cartão de crédito celeste com direito de ficar rico e nunca mais morrer.

Pastor José Barbosa

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