sábado, 24 de julho de 2010

A teologia do Chacrinha

Durante anos, o chamado velho guerreiro apresentou seu intitulado "Discoteca do Chacrinha", era um programa que apresentava o deboche e a gozação escancarada. O programa tinha um discurso maqueado e direcionado para um público neófito e ingênuo, numa época que era proibido pensar. Sempre que um calouro se apresentava de forma ridícula era premiado com o troféu abacaxi, que ficou muito famoso na época. A ideologia e o travestimento emocional da discoteca do Chacrinha está muito presente em alguns púlpitos shows, pois o que o Chacrinha fazia para alienar algumas figurinhas, o dance gospel faz e o faz com maior ímpeto emocional e bravura brega.

Em alguns locais de culto o que se nota é a presença não de adoradores, mas sim de macacos de auditório que evocam cantores e pregadores do entretenimento. O culto hoje tem um chamariz muito forte, que celebra não o dom profético e, sim, o divertimento do domingo, ou seja, vamos para a nossa discoteca gospel nos divertirmos um pouco.

O termo diversão vem do latim de-vertere, orientar a própria atenção para outro lado e Pascal chamou diversão de a maior de todas as misérias. O púlpito cultual histórico não é lugar para mantras e yogas de cantores e pregadores deste evangelicólico da banalidade. E, para todo este ridiculismo barato e enfeiado, eu ofereço como prêmio de consolo o troféu abacaxi.

Pastor José Barbosa

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